FINANCIAMENTO COLETIVO (CROWDFUNDING) PARA ENTIDADES (ONGS)

Diversificar fontes de financiamento para entidades sociais


É difícil manter uma entidade social com mais de 60 funcionários e 400 crianças atendidas, como o CEMIC São José de Cianorte. As despesas são altas. Prefeitura concede repasses de dinheiro que cobre despesas operacionais, entre elas folha de pagamento. O Governo do Estado do Paraná através da SEDS vai repassar recurso para esta e outras entidades através de editais específicos, são repasses únicos. O Programa Nota Paraná dá grandes contribuições em repasses contínuos, esta entidade até fevereiro de 2018 arrecadou mais de R$ 905 mil. Ainda assim é pouco. Falta dinheiro para investir em ampliação de estrutura e projetos pontuais.


DIVERSIFICAR AS FONTES DE FINANCIAMENTO é pauta estratégica para Presidenta Alessandra Regina de Oliveira Castardo do CEMIC São José. Ela tem clareza dos benefícios de se buscar dinheiro do maior número possível de financiadores: aumenta as receitas e o fluxo de caixa; reduz os riscos do “secamento”, “congelamento” ou protelações de repasses feitos por órgãos públicos (Governos federal, estadual e municipal); aumenta o valor investido no social do município – dinheiro de fora que não entraria no caixa da prefeitura.

Neste blog já foi citado o Banco de Projetos do Conselho Estadual dos Direitos de Criança e Adolescente – CEDCA Paraná e uma relação de financiadores de projetos sociais divulgada pela Associação Brasileira de Ongs – Abong. Segue link para estas duas postagens:

Nesta postagem divulgarei link da ong ISPN sobre EDITAIS EM ABERTO:

Mais um tal de FINANCIAMENTO COLETIVO OU CROWDFUNDING. Afinal o que é isso?

Trata-se de uma modalidade de financiamento onde qualquer pessoa pode financiar projetos sociais ou outras iniciativas empreendedoras e receber um benefício direto de volta. As administradoras destes portais cobram uma taxa pela intermediação do financiamento que envolve custos operacionais para manter o site, realizar campanhas e outros. Algumas divulgam taxa de 0% (Juntoscomvc). Outras cobram 13% (catarse). As entidades submetem seus projetos a uma banca avaliadora da “Administradora” e se aprovado seu projeto passa a figurar no site como opção para financiamento. As pessoas escolhem os projetos no site e realizam a doação através das formas de pagamento tradicionais no mercado: cartão de crédito e boleto bancário.

A CATARSE parece ser a maior em financiamento coletivo do Brasil no momento (não descobri ranking oficial). Eles divulgam que já foi levantado mais de R$ 77 milhões, através de 479.617 doações à 6.940 projetos. Ela cobra 13% de taxa sob o valor arrecadado. A modalidade de financiamento que prevalece aqui são as CAMPANHAS TUDO OU NADA. A entidade cadastra um projeto, estabelece uma meta de arrecadação para x dias de campanha. Se não bater a meta é devolvido o dinheiro para os doadores. Estas campanhas são estratégias para criar um clima de urgência nos doadores que podem ver seu projeto apoiado não sair do papel e não receber o benefício direto pela ajuda.

Juntoscomvc exclusiva para projetos sociais
Temos no Brasil uma “administradora” de financiamento coletivo EXCLUSIVA PARA PROJETOS SOCIAIS: JUNTOSCOMVC. Entre as “categorias” de projetos sociais encontram-se os de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social. Categorias que se enquadram perfeitamente nossas entidades de Assistência Social e Garantia de Direitos, a exemplo da Rainha da Paz de Cianorte. A JUNTOS já arrecadou mais de R$ 11 milhões em 59.767 doações para 841 projetos. Parece que a JUNTOS atua na modalidade de financiamento coletivo CAMPANHAS FLEXÍVEIS. Nesta modalidade a entidade recebe o que arrecadou independente se bateu a meta.



As recompensas aos doadores são formas de reconhecer e incentivar a doação. Algumas recompensas verificadas nos projetos em andamento são quase um comércio. A Escola Aracê da Associação Esperanto de Indaiatuba intermediada pela CATARSE fez as seguintes proposições de recompensa aos doadores: “se você doar R$ 150,00 ganha 1 camiseta com estampa pintada pelas nossas crianças (…), se você doar R$ 1.000,00 será plantada 1 árvore em sua homenagem na nossa escola que receberá uma placa com seu nome.” Ela recebeu 7 doações de R$ 150,00 e 1 doação de R$ 1.000,00. Outro projeto na CATARSE de Calcinhas Menstruais Herself de Porto Alegre arrecadou mais de R$ 100 mil e mandava para os doadores (as) calcinhas menstruais.

Outro projeto me chamou atenção nesta primeira busca por financiamento coletivo. Trata-se do Memorial às vítimas da Kiss da Associação de Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria – RS. Eles pretendem construir um memorial as vítimas. Arrecadaram R$ 209.887,00 pela JUNTOSCOMVC (Exclusiva para Projetos Sociais). Neste caso a comoção de uma tragédia ajudou a acelerar a arrecadação. Nesta mesma linha de comoção a “administradora” VAKINHA consegue bater recordes sucessivos de arrecadação. São Campanhas do tipo ajude a criança tal a conseguir dinheiro para o tratamento. Ano passado eles arrecadaram mais de 1,5 milhão de reais numa única campanha.

Trata-se de mais um meio de financiamento que as nossas entidades da região de Cianorte devem experimentar. Até agora desconheço alguma que teve a ousadia de buscar dinheiro desta fonte. Estou na torcida.

Segue link das “administradoras” ou “fundos” de financiamento coletivo:



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